sexta-feira, 23 de março de 2012

Machoantropofágico

Com este poema que dedico ao escritor Fernando Bonassi, encerro a trilogia antropofágica em homenagem ao mês da Mulher.

Acreditem nas mulheres que nada valem,
sem falsos moralismos, quem não presta
se presta para muitas coisas.
Sem pudor,
torna-se mais fácil
o difícil amor.
Além do mais, o sexo pago sai mais barato que o gratuito.

Rameiras são do ramo,
amadoras amam a arte de amar,
matadoras matam as dores,
vagabundas vagam.
Atrevidas se atrevem a vadiar
enquanto vadias biscateiam.

Não se deixem jamais
serem usadas
pelos homens mentirosos.
Abatam, prendam, capturem.

Amem de peito aberto,
virem-se do avesso,
fiquem de quatro,
de qualquer jeito,
lindas, insaciáveis, perturbadoras, lascivas.

De longe, pareçam homens,
porque
de perto, ninguém é perfeito.

marlipereir@ig.com.br

quinta-feira, 22 de março de 2012

FRATERNIDADE E SAUDE PÚBLICA

Os mais católicos, não necessariamente apóstolicos romanos, vivenciam, anualmente, a Campanha da Fraternidade. Tempo forte da Igreja, onde as comunidades e a instituição religiosa se mobilizam para refletir um tema de cunho social, muito significativo frente aos desafios da população.

Em 2012 o tema é Fraternidade e Saude Pública e o lema é “ Que a saude se difunda sobre a terra”. Pois bem, que o diga os doentes de plantão, que o diga o Laudecir, que escreve neste Blog às terças feiras, ele e seu pai, vitimas do descaso na área da saude aos idosos. Não sei bem ao certo o que aconteceu. Recebi uma mensagem no facebook onde o Laudecir escreveu:

“... hoje foi um dia diabólico levando o pai de um canto para outro atrás de exames... haja extresse... bati boca com o médico e depois com o delegado da Delegacia do Idoso...”

Ainda nao tenho detalhes mais estou louco para ouvir a narrativa.

Bem, de outro fato eu tenho detalhes, pois eu mesmo vivenciei. Manha de segunda feira, semana começando com um fato pouco representativo do que propoe a Campanha. Entrei no onibus e poucos segundos depois um jovem, aparentemente impaciente, entrou acompanhando um senhor de mais ou menos 60 anos e com uma muleta para ajudar a andar. Estranhei quando precisou passar na catraca, ele pagou em dinheiro, pois o jovem o ordenou pagar. Este pagou com bilhete unico. Após ter passado pela catraca, imaginei que alguem daria um lugar para que sentasse. Vi apenas olhares, apostando que o idoso doente passaria ao seu lado para sentar lá atras, em algum lugar que alguem daria. Nada. Acompanhei os passos deste ser invisivel e vi que ficou de pé frente à porta traseira. Até imaginei que já desceria, mas não desceu. Decidi me dirigir ao mesmo a fim de fazer um escandalo. Naquele instante um jovem se levantou e ofereceu “seu” lugar ao idoso. Minto eu, acredite que ele só desceu por que... acho que você vai saber acrescentar (escreve o compremento no seu comentario).

Me aproximei e disse ao jovem acompanhante:
- Rapaz, o senhor idoso, com muleta e ninguem deu lugar pra ele!!
- Não se preocupe moço, eu ando com ele todo dia e é sempre a mesma coisa - Respondeu o agora simpático jovem, com um ar de indignação e conformismo.

Uma moça se dirigiu a mim e perguntou onde estava este idoso. Lhe disse que já estava sentado e acrescentei:
- É assim, um homem e uma muleta, quase duas pessoas passando por entre as pessoas desse onibus cheio, e INVISIVEL.

Pois é povo de Deus, ainda falta muito para que a FRATERNIDADE seja uma realidade na saude, no transporte e nos demais espaços publicos.

Cuidado que nem a Igreja escapa desse mal!!

Cheiro fraterno
Gilson Reis
22.03.12
Foto: omatiense.com

quarta-feira, 21 de março de 2012

Parodiano Caetando

Amo Caetano Veloso. Ao titular o poema antropofágico em sua homenagem, baseado na música Quereres, percebi que se escrevesse de modo correto, a palavra fica sendo parodiando. Par odiando? Amo Caetano. Quem sabe parodiamando? Bem, assim sendo, atentem para o título que propositadamente é parodiano e é caetando mesmo.

Onde me querem confiante,
sou carinhosa;
onde me querem concreta,
sou abstrata;
onde me acham necessária,
quero ser acalentada;
onde me querem traduzir ao pé da letra,
me torno superlativa e generalizada;
onde me querem objetiva,
sou intuitiva e criativa;
onde exigem meu racional,
sou emoção e intuição;
onde me querem veloz,
sou flexível;
onde só me querem,
sou solidária.

Mais que resistência,
sou persistência.

Admito as diferenças e reconheço:
se viver não é preciso,
namorar é preciso.

terça-feira, 20 de março de 2012

MEUS SENTIMENTOS

Os textos poéticos que se seguem são do escritor Rubem Alves. Os mesmos me fazem refletir depois do encontro que tive com um amigo que acabou de sepultar seu pai.

“Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar.”

“A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar.”

"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses."

“Deus existe para tranquilizar a saudade.”

“Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma.”

"Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles.”

“A saudade não deseja ir para frente. Ela deseja voltar.”

"Toda separação é triste. Ela guarda memória de tempos felizes (ou de tempos que poderiam ter sido felizes....) e nela mora a saudade."

"A alma é uma borboleta... há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose."

“Quem experimenta a beleza está em comunhão com o sagrado.”

“Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno.”