sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Amenidades da semana

Terra é o planeta água,
sabíamos desde antes
que assim a propagasse,
o cantor Guilherme Arantes.

Quando estamos numa boa,
está alta a maré,
se estamos na pior,
naufragando ou dando ré.

O ano se iniciou
com chuvas intermitentes,
cá prás terras de São Paulo,
proliferam as enchentes.

Confesso que nunca fui
muito boa do pavio,
minha viagem dos sonhos
é na proa de um navio.

Sei que os barcos estão
bem seguros, ancorados,
mas não foi prá ficar no porto
que os navios foram criados.

Porisso julgo que um dia,
ninguém manda no destino,
embarcarei em um navio,
que não seja comandado
por capitão scretino.

Na palavra escrita acima,
erro não há,
Schettino naufragou.
Enquanto isso, Luiza,
voltava do Canadá.

Nossa vida é um moinho,
prá ser vivida, eu acho,
quando o mar não tá prá peixe,
volta para o barco, cazzo!!!

A semana foi um porre,
para mim, para você,
morra em guerra pela audiência,
rede Globo e BBB,
votemos em unanimidade,
expulsá-los de nossa TV.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

JOELSON

BRASIL X ARGENTINA
PAZ X CONFLITOS


Queridos (as) Leitores (as)!

Na semana passada escrevi sobre a relação da Penélope, um homossexual argentino, com a população Peruana na capital Buenos Aires. Uma relação marcada pelo preconceito e desprezo por uma raça. Hoje eu quero falar de um jovem brasileiro, natural de Manaus que, segundo o mesmo, abdicou de sua vida empresarial, movido por uma grande paixão por uma mulher, também brasileira, e agora trabalha num café, situado numa das mais belas paisagens de Buenos Aires, de propriedade de um Paulistano.

Figura muito simpática! Praticamente abandonou seu posto profissional para ficar aos papos comigo e com o meu amigo Naldo. Como se não bastasse, chamou outro colega de trabalho para nos falar de uma máquina fotográfica que comprara. Este também ficou a conversar. Até que o gerente os chamou para a labuta.

Joelson é muito expressivo, consegue cativar os visitantes com sua fala rápida, precisa, sorridente. Acima de tudo é sincero. Daquelas sinceridades que beiram a inconveniência. Pois é, faça uma boa reflexão e opção ao pensar na sua autenticidade absoluta!!

Joelson e seu amigo não gostam da Argentina. Ele dissera com aguçado desprezo que os argentinos são os mais mal educados do mundo. Achei um tanto exagerado, aliás, eu me defrontei, permanentemente, com a reflexão de que as generalizações são pecados mortais!! Vivi diferentes situações na terra de Evita Peron, Maradona e Carlos Gardel, destas, guardo a cortesia, o cuidado em nos orientar geograficamente bem, alias, vale mencionar um vendedor (e antes que falem que é por que querem vender, digo que nem todos os vendedores tiveram o tratamento que este dispensou) preocupado de não esquecermos o nome de um instrumento musical, fez questão de escrever num papel. Achei doce o gesto, como o foi também o gesto daquele senhor que perguntou minha nacionalidade, disse que ama o Brasil, Cabo Frio é o mais belo lugar que já conheceu e me desejou boa estadia na Argentina.

Volto ao Brasil com inúmeras imagens inesquecíveis (e que devem ficar tatuadas na memória, até por que não tirei nenhuma foto, pela falta de uma boa máquina, pois a minha quebrou!!!!). Imagem das belas paisagens na Européia Recoleta, a colorida Caminito, a feirante San Telmo, a religiosa Lujan, a ilha de Tigre, a encantadora Puerto Madero ... A beleza das pessoas, a diferença comportamental dos hospedes no Hostel, o café da manha com medias lunas dulces (Meia luas doces) e cafecito, o almoço nos Coreanos, A rua Corrientes com seus teatros e cinemas, rapaz alegre de Caminito, a guia religiosa de Lujan, a apaixonada Penélope... o brincalhão Joelson...

Agente aprende quando sai do nosso cantinho não é?  

No meio de tantos sentimentos de repulsa e conceitos definidos sobre um povo, acho importante dizer que, de vez em quando esquecemos de nossa condição de humanidade, isto que nos assemelha e que, ao mesmo tempo, nos diferencia.

Até breve Buenos Aires pois o Brasil, de ares nem sempre bons, é uma paixão antiga!!!!

Gilson Reis
19.01.2012

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O PRESENTE QUE VEIO PELA JANELA

Sábado fui presenteada pela natureza, depois de ter passado o dia todo faxinando minha casa.

A natureza me ofereceu e pude ver de minha janela e contemplar com emoção a beleza que ela apresentava.

Desde criança gostava de ficar sentada na calçada de minha casa, que tinha como fundo um vasto campo. Ficava olhando para o arco-iris até que ele desaparecesse de minhas vistas. Ficava lá olhando, olhando, olhando...

Neste sábado fiz a mesma coisa. Não só olhei porque agora a tecnologia me favoreceu pude guardar as imagens que vi.
Lindo, poderoso, majestoso e graciosamente ele apareceu depois da chuva.

Chamei minha amiga Conceição que me fazia companhia para vê-lo comigo. Ficamos a olhar maravilhadas! Apresento para vocês não na mesma beleza, pois não tenho uma câmera capaz de descrever o quão belo ele era, mas cada um poderá aguçar a imaginação para sentir e ver como eu vi aquela maravilha.

"Um arco-íris aparece quando a luz branca do sol é interceptada por uma gota d'água da atmosfera. Parte da luz é refratada para dentro da gota, refletida no seu interior e novamente refratada para fora da gota. A luz branca é uma mistura de várias cores. Quando a luz atravessa uma superfície líquida - no caso, a gota da chuva - ou sólida (transparente), a refração faz aparecer o espectro de cores: violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.
"Quando a luz do sol atravessa um trecho de chuva, ela é refletida e refratada no interior das gotas e devolvida em várias cores ao ambiente", segundo o Departamento de Física da USP. Mas o arco-íris não existe realmente. Ele é uma ilusão de óptica cuja posição aparente depende da posição do observador. Todas as gotas de chuva refratam e refletem a luz do sol da mesma forma, mas somente a luz de algumas delas chega ao olho do observador." Tudo isso é escandalosamente maravilhoso. Pensem, não passa de uma ilusão de óptica! Como pode, vejam a imagem...
Sou tão agradecida por tudo isso. Como é bom ter sensibilidade para saber apreciar o belo. Para mim a natureza é mistério, por mais que tudo seja explicado pela ciência como o texto exposto eu continuo a pensar que tudo é mistério. Tudo é lindo.

Mais lindo ainda quando meu filho Filipe chegou do cinema com meus sobrinhos dizendo que também puderam ver. Disseram que só não foram até o pé do arco-iris para pegar o pote de ouro porque já estava anoitecendo e não daria tempo de voltarem antes da noite. Gostei de ouvir isso, sinal que ainda há fantasia e sonhos nos jovens de hoje.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A dança


Seja como for a dança expressa paixões.
Dança de criança que roda na roda e rola.
De adulto que a vida roda e dança
Seja como for dançamos em comunidade.
Ora com prazer, ora no sofrer; ora para orar.
Dançamos para os deuses para poder agradar.
Dançamos no amor quando festejamos,
E dançamos quando este termina.
Dança de dor e dança de amor
Pois seja como for, sempre dançamos.

A dança no xirê que abre e convoca pra dançar
O xirê que faz girar no êxtase do religar
O encontro que a dança faz buscar os mundos escondidos
No ritmo do canto da roda do xirê que roda pra dançar

O corpo desnudo que desliza no vento e no ar
Este que toma o corpo e o leva ao nirvana para dançar
Os olhos se fecham, e o corpo se movimenta,
assim sobe a dança na cabeça que incorpora
Dança, dança, dança... faz girar e rodar e dançar
Às vezes freneticamente, sozinho ou na massa
Às vezes juntinhos dois corpos como se fossem um
Envolvendo o prazer do ritmo do acalanto
E faz rolar e dançar.

Seja como for, sempre dançamos...
Tem quem não perceba, ou não quer perceber.
Outros fazem questão de mostrar.
Que dançam, que mexem, que tudo e que nada.
Finge não saber dançar,
Dança sozinho calado num cantinho
Dança pra si, pra querer sempre dançar.
No ritmo do corpo, do prazer de sentir-se possuído.
Pelo som, pelo toque, pelo absurdo que não quer ser compreendido.

Seja como for, a dança pertence à vida, por isso dançamos.
Vida e dança que se completam... para o nascer e o morrer,
Num ritual medonho e triste, fecundo e eterno.
Mesmo assim a dança se presta ao refazer,
Seja como for, no caos dançou universo
Apresentação dos elementos a se organizarem.
O universo dançou e dança... por isso aqui dançamos.
Para que a roda do fundo abismo continue a rodar e girar.

Reinildo

domingo, 15 de janeiro de 2012

VÉRTICE


















Ouça!

O que te toca,

Em solo e harmonia,

São acordes imaginários.

Toque em teus tímpanos,

Trombetas de anjos

Trombones de demônios.

Abrir-se-ão em teu horizonte

Escadas que conduzem

Céus e crepúsculos

Voltagens solares

Viagens sem volta

Labirintos indecifráveis

Em frágeis contornos.

Acorde tuas pálpebras

Adormeça tuas vísceras

Mas não te intimides,

Não te entristeças

E, antes que amanheça,

Despreze o espaço

Onde o tempo se perdeu;

Deleita-te em teu próprio vértice,

Consola-te na curva de teu ombro.

E, na temperança de tal graça.

Assim, na débil ilusão de teus sonhares,

Haverá outros a te seguirem,

Novas paisagens se alinharão,

Céus e crepúsculos se abrirão

E, por fim, existirão em ti e por ti,

Terra e firmamento...

Calvário e paraíso...



14/01/2012 – 02:15
Chiquinho Silva