quinta-feira, 24 de novembro de 2011

TEMPO INTENSO!



Fim de ano chegando e é inevitável escutar em qualquer lugar que se esteja a eterna frase: “Como o ano passou rápido!” Bem, até sinto que estou escrevendo muito cedo sobre este tempo, não sou muito simpático a esta antecipação sem vivê-la como a verdade do instante.

Mas venho, nestas últimas semanas, escrevendo sobre o tempo. E quero escrever agora tambem na direção do refletir sobre a passagem, a transição, o vir-a-ser...

A cada ano celebramos mais um ano de vida e mais um ano cronológico. Tempo... tempo...  tempo...  tempo..... “éis um senhor tao bonito”! E o que fazemos com ele, nele, por ele, juntinho dele, tudo nos constitui, compôe, constroi..."Aproveitar o tempo" deve ser sentido como "DEGUSTAR CADA INSTANTE".

Dizem que o tempo está passando muuuuito rápido, eu tambem sinto, mas esta sensação do vento soprando mais forte pode-se vivê-la na medida das nossas intensidades, por vezes nos trazendo a feliz experiencia de sentirmos que o tempo passa sob a leveza de um vento que se quer curtir, deliciar-se... eu sei da deliiiicia de ter vivido este sentimento! Pena, cada vez mais raro.

Passagem rápida do tempo é uma situação real? ...
O tempo passa por nós?...
Ou somos nós que passamos pelo tempo? ...
O tempo nos constrói ou nós o construimos?...
Por que nas diferentes fases da vida, por vezes, o sentimos numa velocidade diferenciada?

Vamos combinar uma coisa?

Vamos Saborear melhor cada amigo
Cada comida deliciosa
Arriscar uma receita diferente no final de semana
Chamar os amigos para compartilhar os temperos
Ver o marrrrrrrr!!!!!!
Viajar
de preferencia com um(a) amigo (a) que aprecie
Um bom café
Uma boa música
Um bom silêncio...
...
Gilson Reis
23.11.11

terça-feira, 22 de novembro de 2011

LIBERDADE! LIBERDADE!

Na última terça-feira publiquei um texto abordando questões sociais, experiênciadas de maneira particular pelos negros. Hoje, retiro as palavras para que as imagens falem por si. Esta seleção de fotos foi extraída do livro abaixo, a pedido de uma amiga.

































































































































































































segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A importância da exegese

O que é exegese? Exegese é o entendimento aprofundado de textos bíblicos, jurídico ou até mesmo literário. Conta a história que os textos sagrados foram os primeiros a terem uma prioridade dessa técnica. As pessoas que primeiro se ocuparam dessa tarefa são chamados de exegéticas, pessoas que para compreender melhor o significado desses textos começaram a estudá-los, aprofundando seu entendimento. “A palavra exegese deriva do grego exegeomai, exegesis; ex tem o sentido de ex-trair, ex-ternar, ex-teriorizar, ex-por” (Wikipédia, acessado 13/11/11); quer dizer, no caso, conduzir, guiar ao aprofundamento, e quem sabe, ao esgotamento do que quer dizer o texto. Além dos recursos literários utilizados para realização de uma exegese, o analista também vai fazer uso de suas instuições para dar sentido do texto a relidade humana, desvinculado desses atributos, a interpretação pode perder o sentido.





Para uma exegese de qualidade, o analista deve seguir alguns princípios: sobre princípio divino a bíblia ensina apenas uma teologia, isso significa que não pode haver diferenças doutrinárias. A interpretação deverá seguir o conjunto das escrituras e nunca entender o texto isoladamente, ao interpretar, é necessário levar em consideração o contexto, ler o que está antes e depois para se chegar a uma conclusão mais próxima da realidade do que quer se mostrar o autor. Outro aspecto importante é o sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este é figurado ai então terá outra interpretação, se possível ler outras traduções para trazer a luz o que o autor realmente gostaria de dizer. O trabalho de exegese é cientifico e por isso deve ser desprendido de qualquer preconceito. Fazer algumas perguntas ao texto é fundamental como: quem escreveu e qual o tempo e o lugar em que escreveu, porque escreveu esse texto, a quem se dirigia o escritor e o que queria dizer, são perguntas fundamentais para a construção da exegese.






O que vamos tentar realizar nesses dias, é apresentar a interpretação de alguns textos bíblico seguindo o contexto que estamos passando, que é fundamental para atualização do mesmo, numa sequencia definida por esse momento litúrgico. Com a aproximação de final de ano, acreditamos que muitas coisas poderão ser ditas através do entendimento desses textos. Salientamos que uma interpretação é sempre uma interpretação que não se exime de colocações e olhares que podem contribuir com a construção da mesma. Assim, o espaço literário e coletivo se torna um ambiente aberto ao aprofundamento da espiritualidade. Esperamos que aproveitem esse momento para se introduzirem no mistério natalino.

domingo, 20 de novembro de 2011

BRADO!

"Operários", óleo sobre tela de Tarsila do Amaral


Costa a costa

Sangrou o mar,

Ergueu-se a chibata.

Reis e rainhas,

Príncipes e princesas sucumbem

Ao convés de naus banhadas em fel

Fustigadas por ondas contidas em lágrimas,

Cobre-lhes em açoite

Impede-lhes a liberdade, fere-lhes em saudades.

Como medir tamanha atrocidade?

Como compor tal crueldade?

História marcada,

Fincada nas exuberantes praias brasis,

Num luto perene de varões, mulheres e crias...

Em forçosa desventura.

E, desta mistura, força viril e cor varonil,

Brasil de mil faces, dissonantes acordes e fortes raízes.

Esculpidas pelo gemido do açoite, nas noites pretas de suas marés.

Carne em tons mameluco, caboclo, cafuzo, mulato difuso.

Brancura pálida coberta em vergonha,

Que agora sonha novos Brasis

De largo sorriso, colorindo de sol outras raças,

Que, em graça servil, compõem outras mil.

Massa gentil que vence desgraças e enlaça a morte sutil.

Nesse seu dorso, a marca luziu seus batuques de bamba,

Dessa mucama ianque... de cobiçada verdura

E da densa pretura que vem do fundo azul mar

Estado audaz, liberto em outras cores,

Amargos sabores e que, as lusitanas glórias,

Faz desta história honra e pesar.

Brada retumbante:

Salve! Salve!

Salve a beleza!

A mãe natureza,

De cor e nobreza,

Que, em sua destreza,

Teima em se libertar!


19/11/2011 – 22:34
Chiquinho Silva